Provocadas pelo uso inadequado e excessivo do sistema que agrupa ossos, nervos, músculos e tendões, as doenças, embora possam afetar o ser humano como um todo, atingem, principalmente, os membros superiores: mãos, punhos, braços, antebraço, ombros e coluna cervical.
Lesões típicas do trabalho intenso e repetitivo, são causadas por diversos tipos de pressões existentes no trabalho, que atacam as pessoas tanto física quanto psicologicamente. O sintoma mais frequente e característico da L.E.R. e D.O.R.T. é a dor, que de início se manifesta de forma lenta, mas, após algum tempo, torna-se intensa e contínua, prejudicando a produtividade e o sono do trabalhador. Em virtude dos sintomas, a L.E.R. e a D.O.R.T. costumam ser classificadas em diferentes graus. É importante que o trabalhador conheça as características da doença em cada estágio, pois a cura depende do diagnóstico precoce e do efetivo tratamento.
Geralmente, essas lesões causam dor, fadiga, inchaço, sensação de peso, formigamento, dormência, sensação de diminuição de força, enrijecimento muscular, choques nos membros e falta de firmeza nas mãos. Com isso, há queda da performance no trabalho, caracterizando uma incapacidade temporária ou permanente se o profissional não tratar a tempo e da forma adequada. A L.E.R. e a D.O.R.T., geralmente, ocorrem por fases, conforme os seguintes graus:
GRAU 1: sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor espontânea no local, às vezes com pontadas ocasionais durante a jornada de trabalho, que não chegam a interferir na produtividade. Essa dor é leve e melhora com o repouso. Não há sinais clínicos.
GRAU 2: dor mais persistente e mais intensa. Aparece durante a jornada de trabalho de forma contínua. É tolerável e permite o desempenho de atividade, mas afeta o rendimento nos períodos de maior esforço. A manifestação de dor ocorre inclusive no desempenho de tarefas domésticas. É mais localizada e pode vir acompanhada de formigamento e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade. Os sinais clínicos, de modo geral, continuam ausentes. Podem ser observadas pequenas nodulações e dor ao apalpar o músculo envolvido.
GRAU 3: a dor torna-se mais persistente, forte e tem irradiação mais definida. O repouso em geral só diminui a intensidade, mas nem sempre a faz desaparecer por completo. Aparecem mais vezes fora da jornada, especialmente à noite. Perde-se um pouco a força muscular, há queda de produtividade e, algumas vezes, impossibilidade de executar a função. Os trabalhos domésticos muitas vezes não podem ser executados, estando presentes os sinais clínicos. O inchaço é frequente, assim como a transpiração e a alteração da sensibilidade. Movimentar ou apalpar o local afetado causa dor forte. Nessa fase, o retorno ao trabalho já se mostra problemático.
GRAU 4: dor forte, contínua, por vezes insuportável, levando a intenso sofrimento. A dor se acentua com os movimentos, estendendo-se a todo o membro afetado. Dói até quando o membro está imobilizado. A perda de força e o controle dos movimentos são constantes. O inchaço é persistente e podem aparecer deformidades, como as atrofias nos dedos, em função do desuso. A capacidade do trabalho é anulada e a invalidez se caracteriza pela impossibilidade de um trabalho produtivo regular. As atividades do cotidiano são muito prejudicadas. Nesse estágio, são comuns as alterações psicológicas, com quadros de depressão, ansiedade e angústia. A reabilitação é difícil, podendo gerar sequelas irreversíveis.
Tome cuidado com:
Posto de trabalho inadequado, atividades no trabalho que exijam força excessiva com as mãos;
Posturas inadequadas e desfavoráveis às articulações;
Repetição de um mesmo padrão de movimento e compressão mecânica das estruturas dos membros superiores;
Tempo insuficiente para realizar determinado trabalho com as mãos;
Jornada dupla ocasionada pelos serviços domésticos, atividades esportivas que exijam grande esforço dos membros superiores.
Para prevenir:
Sente-se sempre com o quadril no fundo do assento e relaxe o corpo;
Mantenha o tronco apoiado ao encosto e pés apoiados no chão (formando um ângulo de 90°;
Use suporte para documento na frente do corpo, facilitando a leitura e evitando trabalhar com o pescoço dobrado;
Aproxime a cadeira da mesa de trabalho, observando para que tronco e pescoço não fiquem curvados;
Mantenha o material de trabalho disposto a facilitar o manuseio.
Durante a digitação:
• Não trabalhe com o punho dobrado;
• Não trabalhe com os braços elevados;
• Não permaneça com os punhos em desvio lateral durante a digitação.
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