Presidente Marsolio Lima em sua fala em plenaria
Encontro Nacional de Gênero e Raça, os trabalhadores e trabalhadoras de TI discutiram a questão da promoção da igualdade entre homens e mulheres e brancos e negros no movimento sindical. O debate foi realizado no painel “A Importância dos Coletivos nos Espaços de Organização e Política Sindical”, que teve a participação das secretárias da CUT Nacional Rosane Silva, da Mulher Trabalhadora, e Maria Júlia Nogueira, do Combate ao Racismo.
Uma das bandeiras da CUT Nacional é a equiparação salarial entre homens e mulheres. “Mesmo que as mulheres sejam melhor qualificadas que os homens, elas recebem em média 28% a menos que os homens. Precisamos mudar isso.”, destacou Rosane Silva.
A secretária da Mulher Trabalhadora também lembrou que o movimento sindical deve contribuir com o combate da violência contra as mulheres e promover a Lei Maria da Penha. “As mulheres não são propriedade do outro! São seres humanos que tem direito e querem ser tratadas com respeito ao seus direitos. Não podem ser tratadas como produtos que estão aqui para servir e, quando não servem mais, podem ser assassinadas brutalmente.”, afirmou Rosane Silva.
Estabelecer uma política que facilite o acesso a creches também é importante para as mulheres trabalhadoras, isso casado com a ratificação da Convenção 156, da OIT, que trata da gestão compartilhada das responsabilidades familiares. “Estes conceitos devem ser discutidos nos coletivos, onde são construídos os consensos, e assim ganhar força em nível nacional. Os coletivos são estratégicos para a construção da unidade e do fortalecimento das políticas de mulheres.”, avaliou a secretaria da Mulher Trabalhadora.
Rosane Silva complementou: “Queremos romper com esta ideia de que o espaço privado é das mulheres e o espaço público é dos homens. Os espaços públicos e privados são de homens e de mulheres! A eleição da primeira mulher presidenta demonstra que as mulheres podem e sabem estar e dirigir os espaços políticos.”
Trabalhadores e trabalhadoras negros
Ao lado de lideranças nacionais (CE,ES,RJ,DF e PA)
A luta da CUT é para aumentar a participação dos negros e negras nos espaços de poder, apesar de nos últimos anos avanços terem sido feitos. “Os e as sindicalistas se conscientizaram de que esta discriminação que ainda persiste no mercado de trabalho, diferenciação existente principalmente na questão salarial, não pode mais continuar.”, destacou Maria Júlia Nogueira, secretária do Combate ao Racismo.
Júlia Nogueira lembrou que a questão da qualificação não pode ser usada como argumento para explicar os baixos salários do negros e falta de aceso aos cargos de gerência. “Mesmo nas situações em que o trabalhador negro tenha o mesmo anos de estudos que o branco, ele terá o salário menor. Isso é que aponta um estudo da Laís Abramo, da OIT.”
A Central acredita ainda que é fundamental que as instituições sindicais incluam nos acordos coletivos cláusulas sociais de promoção da igualdade racial dentro do ambiente de trabalho. “As ações afirmativas são importantíssimas. Elas têm vigência enquanto o problema existir. Se chegar o dia em que não haja diferença entre trabalhadores brancos e negros, elas podem ser retiradas dos acordos.”, explicou a secretaria de Combate ao Racismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário